O CALOR DO INVERNO
Estamos no mês de Agosto. Clima de Inverno, segundo os parâmetros ocidentais.
Desde ontem, os cupins voadores infestam a cidade. Sim, aqueles insetos pentelhos que gostam de luz, ficam voando aos milhares nos bafos quentes, e se infiltram em todos os cantos do corpo -mesmo nos orifícios internos. São esses mesmos, os piores e mais chatos.
Pois bem. Eles são típicos de verão. Remetem ao recesso iminente de verão que se fará na paulicéia, o descanso das praias, o magnífico mês de janeiro.
Mas eles já estão por aqui? No decorrer do inverno? Seria uma anomalia?
Não, eles não se enganaram...realmente fez um calor bravo nesses fins de tarde. Um calor profundo, efetivo, esbaforante. Um calor necessário para a proliferação dos bichinhos.
Um calor de verão.
Em pleno inverno.
É um sintoma dos microclimas paulistanos: o clima de manhã, o clima da hora do almoço, o clima das três da tarde, o clima das seis, o clima das nove, e o clima da madrugada.
Mas que cidade diversificada!
Quem não vive sob o ar condicionado sabe do que estou falando.
E que todos tenham motivos para estranhar, pois isso tudo é anormal e atípico.
Certamente é resultado da desregulação da Natureza, da poluição desenfreada e tudo mais, pois os conceitos de "ilha de calor", "inversão térmica", "efeito estufa", são todos conhecidos, mas uma mudança drástica a ponto da prória vida se desentender e confundir, como o caso dos insetos que voltaram em época errada....isso é sinal de socorro verde.
Agredir a Natureza é destruir nossa casa, nossa espaço, nossos meios de sobrevivência.
Cuspir no prato que nos dá ar, água, luz, comida e sombra todos os dias.
E engraçado como uma superpopulação de insetos está totalmente ligada a conceitos apocalípticos....
Que os entusistas da modernidade não me venham com novos conceitos de Geografia e outras desculpas, pois a verdade está aí para ser vista, sentida, e...coçada.
Perdoem o assunto indigesto porém latente.
Ode Aleatos.
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