domingo

O FUNCIONALISMO PÚBLICO FUTEBOLÍSTICO BRASILEIRO

Agora saímos da Copa do Mundo. Agora podemos continuar a vida em devaneios medíocres. Agora posso escrever um texto piegas.
No entanto, nada disso nos diz respeito. Nós, profissionais da vida, simples e honestos mortais, que admiramos um futebol que não é nosso ganha-pão, não influenciamos em nada o resultado do Brasil nas quartas de final da Copa.
Nem nós, nem eles, nem acolá, nem lá, nem nada. Quem realmente decide essas questões mortais (ou imortais, há controvérsias), são velhos hábitos e forças culturais.
Nessas forças há o velho tabu de brasileiros cabisbaixos conformados ao império napoleônico de queijos e frescuras -a França. Porque eles continuam sendo nossos algozes, nossos nêmesis futebolísticos? Teoria dos baguetes?
Na verdade não seria culpa dos jogadores em campo, dos sujeitos de dramas sociais que tanto nos pertubam?
Certamente! E aqui vislumbro uma coincidência insana: os vícios do funcionalismo público de um país burocrático, mesquinho e caduco, em patamares inéditos.
Agora, as artes futebolísticas brasileiras unem aos seus lugares-comuns a inamovibilidade do funcionário público, sua perenidade no emprego, sua mesmice funcional.
Nas figuras de Roberto Carlos, Cafu, Ronaldo e outros, encontramos a repetição de tarefas diárias, sua confiança na perenidade do emprego, sua falta de rendimento e falta de comprometimento, sua cruzada egocêntrica e despretensiosa.
Eles têm seu emprego garantido, por isso não sentem necessidade de se esforçar nas suas funções. Da mesma forma, não há porque satisfazer o público que lhes alimenta o status e a fama -o povo brasileiro. Não há a mínima obrigação quanto a isso.
Realmente, uma verdadeira inovação, um encontro inesperado entre esporte e administração pública. Nos causa desconforto e dúvida, mas, pensando bem, tudo está correto e nos seus devidos lugares.
Pois o Brasil não é o país do futebol?

1 Comments:

At 10:19 da manhã, Blogger Gabita said...

Muito bem dito!

 

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