terça-feira

as crises mundiais

dois momentos

2006:
os jornais anunciam uma crise ambiental sem precedentes, com a publicação do relatória da ONU sobre as mudanças climáticas.
Nenhuma ação concreta foi tomada pelas nações poderosas.
A População reagiu sonolenta e permanece passiva.
Faltou atitude e vontade de mudanças.

2008:
os jornais anunciam uma crise financeira sem precedentes, com a quebra do sistema imobiliário norte-americano.
Desesperados pacotes econômicos foram lançados pelas nações poderosas, ainda sem resultado.
A População (bolsa de valores) reagiu imediatamente com apreensão e pânico.
Há atitude e vontade política envolvida.

Qual a razão dessa diferenciação?
É aquilo que chamo de "bolso mediato": esqueça o seu pijama de brasão com compartimento secreto no tórax, trata-se na verdade de alguma diminuição em alguns milhões de trocados de alguns milionários. Ou então de nenhuma restrição de nenhum setor do Governo, restando toda a tempestade à população local. É o que arde no aqui-e-agora, numa lógica de carpe-diem financeiro. Restrição nas orgias e festas, menos iates e maior necessidade de cálculos prévios. Pouca visão de futuro, ou visão de sem-futuro. Afinal, a restrição dos papéis verdinhos não se compara à restrição das plantas verdinhas do mundo todo; questão de alimentação, energia e saudabilidade climática, baby.

Aos economistas de plantão, que acharam este blog por acaso quando digitaram a palavra "orgia" no google, minhas desculpas pela análise técnica vulgar. Eu nunca prometi textos de profundidade matemática, e meu fator cartesiano está imerso em subjetividade anacrônica.
Ó céus.