O NADA
Palavra enigmática, conceito tenso, ou ao menos um zumbido perturbador. Esse é o Nada.
Gosto do Nada no sentido de "imensidão", e reprimo o de "ausência", "vazio"...Parece-me um certo preconceito atribuir ao Nada um sentido negativo, de "supressão", de "menos do que X"...
Sei que há discórdias quanto a isso: na Ciência, nos bares, nas rodas intelectuais. Mas não sei de nenhuma no círculo literário, quanto mais nas crônicas...
Regalias da licença poética!
Por isso, vamos à minha tese.
O Nada é o outro lado do tudo, graças à sincronia e à relatividade inversa de todo o Universo. Microcosmos e Macrocosmos. Luz e sombras. Da mesma forma como qualquer conceito tem seu oposto e por isso criam o equilíbrio, o extremo do Nada é o começo do Tudo, e vice-versa.
Confuso? Física, astronomia, cosmogonia, elas são as verdadeiras culpadas. Eu só escrevo e penso- um pouco. Que seja.
Dessa forma, o Nada é menosprezado pela nossa cultura, e tem um papel muito mais importante do que você imagina. Ela é o começo de tudo, nosso big bang diário e nossa motivadora radical.
E por aí vai. É uma teoria honesta -sem base científica-, e admite posição contrária, como de costume. Para esses, deixei meu email no profile do Blog...
No entanto, para os que concordam, palavras de alento:
- não se preocupe quando alguém diz "você não está fazendo nada!"; isso não é necessariamente pejorativo;
- os que estão no fundo do poço têm a chance de tornarem-se reis ou martires maior do que nunca;
- para os ateus, será necessário maior cuidado com afirmações do tipo "Deus não é Nada demais!"
- para quem acha que não escrevo sobre Nada, agradeço o elogio!
Ode Aleatos.
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