quarta-feira

SOBRE O DESARMAMENTO

Gostaria muito de falar sobre aquelas questões deliciosamente obscuras desse referendo como “o que devo votar mesmo?”, “o que é sim e o que é não?”, “qual das sociedades secretas está por trás disso tudo?”, “seria esse um atalho banal para a Era de Aquárius?”, mas o prezado leitor pode encontrar essas discussões na Folha de SP, o Estado de SP, a Veja, a Isto É, e todas as mídias megalomaníacas desta semana. Prefiro partir de outro ponto de partida, o enfoque dos “excluídos da mídia”!
Nisso, um amigo e leitor, favorável ao desarmamento, justificou sua posição pelo seguinte depoimento:
“Sinto uma energia de renovação no ar, de mudança, de contestação! Essa coisa de CPI, de cassações, do Maluf preso, mostra cada vez mais o povo querendo botar o governo nos eixos! É a esperança que se cria das cinzas do país-promessa, do Brasil-amado! Ah, o referendo...Sou contra...arma pra mim é uma coisa estúpida, é uma justificativa para homens animalescos que não pensam muito em família, paz, harmonia, yoga, vegan...Sobre os ladrões? Bom, eu nunca fui roubado, mas temos que entender os criminosos como pessoas sensíveis porém desorientadas, que s...”
Isso resume seu depoimento, qualificado como oblíquo por este Editor. Já outro colega, que não é leitor de Lecospirose porque não tem Internet em casa, deu sua justificativa para o não-desarmamento a seguir:
“O negócio é sair atirando em vagabundo, cabeludo e lésbica -em bicha já é dito popular. Arma é coisa pra macho, pra cara que se garante e tem que salvar sua família. Porque hoje em dia esses tipinhos aí da rua estão ligados à bandidagem, e se você vacilar, um marginal desses detona suas coisas e sua família. E essa história do governo tendo o monopólio da segurança, coisa e tal, isso é lorota, porque o Lula só fica lá fazendo m...”.
Também resumimos o depoimento descontrolado do nosso colega, porque as ofensas já estavam pulando babas afora- conseqüências da raiva.
Bom, talvez os relatos ajudem você a se decidir. Se sim, se não, se não vai ser sim, se sim será não, se o não servirá para um eventual sim social, ou se o não criará um sim em cadeia que resultará num imenso revertério apócrifo suficientemente muruxaba...
Eu? Prefiro o talvez. Já que o referendo só servirá para praticarmos um pouco de democracia (agora no seu aspecto menos pop) nesses tempos de dúvida sobre o sistema, o governo, e tudo mais.
Ode Aleatos.

1 Comments:

At 2:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

ae lecao, agora coloquei teu blog nos meus favoritos. issoae mano, percepções indiscretas da vida no plano terreno. a gente se fala mermão.

 

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