segunda-feira

RIR OU PENSAR?

Hoje Woody Allen deu as caras na FOLHA, Sérgio Dávila falando do novo filme "Ponto Final" com direito a entrevista perguntando sobre visitar ou não o Brasil, Walter Salles e outras coisas.
Lá, um box didático com os filmes bons, "médios", e fracos do diretor jazzista, segundo a visão do jornal. No critério médio, constavam basicamente as comédias-pastelão ("Tudo que você queria saber sobre sexo...", "Bananas" etc), e como bons, os filmes mais sérios e cerebrais de Woody ("Crimes e Pecados", "Manhatan" etc). Velho preconceito dos intelectuais e críticos de arte, em considerar as comédias meras fábricas de risada non-sense, divertimento fútil e energia adolescente voltada ao telão, sem grande capacidade de crítica social e transmissão de conceitos, ou mesmo pretensão artítica sobre linguagens e temas. Grande parte deles pensa assim, reservando aos filmes cult todo o suor de suas lágrimas calculadas.
Mero preconceito, ainda mais com Woody, que faz rir como nunca, aliando as situações a críticas veladas sobre diversos temas. Só não vê quem acha que tudo é fruto do acaso, e não fruto de paródias, sarcasmos, e tudo que belos esteriótipos fazem às custas de explicações cartesianas.
Rir ou pensar?
E Bela frase para terminar um post...

domingo

POESIA NO SARAU

O ano abriu com Sarau. Já vínhamos do calor sufocante paulistano, desde o começo do ano,
mas dessa vez o calendário literário inaugurou com Sarau total; Rato de Livraria sempre jovial. Li uma poesia, uma conversa entre lésbicas, de minha autoria:

"Duas moças trocam um caloroso beijo
a mais nova interrompe, já com um certo molejo:
nossa! nenhum homem me deixou assim!
pois é, minha linda, o tempo dos homens está no fim...
será que não preciso mais deles?
esqueça os homens, e faça dos meus dotes os seus prazeres...
é, você sabe bem o que faz!
experiência, querida, nunca é demais...
você sabe das carícias, do beijo
tudo isso, porque eu desejo...
mas eu tenho que admitir, não tem um consolo por aí?
isos é inútil, desnecessário...
não guarda nem umzinho no armário?
não, isso lembra homem, lembra otário...
você está meio radical!
lindinha, vamos resolver isso no oral?
As moças se deitaram,
o momento era crucial
para suprir o instinto materno
existe a inseminação artificial."

por Leco. pelo Leco. para Leco?


FECHADO...

mania de Trilogia
fecho o Fechado
agora com poesia.
logo depois da mente,
sucumbe o descrente,
corro para os braços da mãe
mãe negra, mãe natureza.
faça as preces
para o corpo fechado
não discuto, olho e aprendo
pratico, faço o amuleto
Nega ajuda quem ajuda Nega.
mar, velas, cantoria
dança, ritual
império da fé
teoria carnal
trago o louro e a arruda
sujo o mar com ternura
saia, não olhe, me respeita
mudança do cosmo, força alheia
Nossa Senhora também pode ser preta.
algum museu lembra o Navio Negreiro
Nega lembra do sofrimento no cativeiro
força dos séculos de opressão
blues, jazz, o suingue do negão
branca rica caiu no samba
sua moral já tá bamba.
vingança racial?
Nega num qué briga, num qué mal
fecha teu corpo meu senhor
o mundo é cheio de dor.

quinta-feira

FECHADO PARA BALANÇO

Já que está fechado, que seja então para balanço, a fúria das ondas, o gingado da música negra sempre instigante, o rebolado carnal dos corpos, que é mais conhecido à humanidade como um todo do que o próprio Jesus (parafraseei John Lennon?).
Estamos discutindo novas hipóteses de hipnose literária, epifania barata, ou qualidade neorótica. Acho que vou optar pelas três, ou nenhuma.
Ao longo do ano, vejamos.
Fim da Ata.
Feliz 2006.